A telemedicina e pandemia do COVID-19 somaram desafios, mas também pôde auxiliar a prestação de serviços para zelar a saúde do paciente. Isso porque a pandemia está acelerando o tão esperado aumento nos serviços de telemedicina em todo o mundo. Consultar um profissional de saúde por telefone, vídeo ou texto tornou-se o novo normal para muitas necessidades médicas não urgentes, enquanto a crise despertou interesse renovado em ferramentas digitais que podem testar e monitorar pacientes em risco com segurança em suas casas.
Geralmente definido como uma troca de informações médicas usando telecomunicações, o setor evoluiu para abranger tecnologias que conectam provedores de saúde a ferramentas domésticas para rastrear a biometria do paciente, como estetoscópios e otoscópios digitais. Muitas condições agora podem ser monitoradas remotamente – variando de doenças crônicas à saúde mental – com soluções baseadas em aplicativos que conectam pacientes a seus provedores.
“Após a pandemia, a expectativa é que a procura pelos atendimentos on-line caia cerca de 50%. Esse fenômeno de queda mais forte após o pico é normal com ferramentas digitais, mas depois a expectativa é que volte a crescer entre 10% a 15% por ano”, disse Eduardo Cordioli, coordenador do grupo de trabalho de telemedicina da Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp) e gerente médico do Hospital Israelita Albert Einstein.
Grande parte desse crescimento está ligada aos mercados emergentes, que estão adotando rapidamente a telemedicina para fornecer assistência médica a populações carentes.
A telemedicina é adequada para todas as empresas de assistência médica?
A resposta curta: neste ponto, a telemedicina não é uma virada de jogo absoluta para todos. Embora a tecnologia esteja expandindo diagnósticos e entregas virtuais, os profissionais de saúde ainda precisam atender muitos pacientes pessoalmente.
Que serviços a telemedicina pode oferecer, agora e no futuro?
Durante a pandemia, a telemedicina ajudou os profissionais de saúde a triar alguns pacientes por meio de consultas virtuais, usando novas tecnologias para proteger a privacidade do paciente. A triagem de pacientes antes de chegarem a uma clínica ou pronto-socorro melhora a eficiência e a segurança, uma vez que os pacientes pré-triados geralmente passam menos tempo esperando atendimento e os provedores têm uma ideia melhor de quais serviços serão necessários.
A telemedicina também pode oferecer orientação oportuna aos pacientes em risco. Por exemplo, “No Brasil, uma das empresas de nosso portfólio, a TNH Health, agora está implementando livremente chatbots de IA para facilitar a educação sobre a COVID-19”, disse Michael Nicklas, sócio-gerente do Valor Capital Group do país, à IFC.
No futuro, é provável que as tele-exibições continuem a crescer em popularidade. Espera-se também que o uso de ferramentas de diagnóstico remoto aumente, especialmente em comunidades remotas e carentes. Tecnologias emergentes, como monitores cardíacos e pulmonares portáteis, poderão registrar os dados do paciente em tempo real, permitindo que os médicos avaliem e tratem mais pacientes em áreas muito mais amplas.
Como as mudanças nas políticas afetarão as tecnologias de telemedicina?
Antes da pandemia, poucas seguradoras reembolsavam teleconsultas ou exames e diagnósticos médicos domiciliares. Os governos também impuseram restrições regulatórias, devido a preocupações com a segurança e privacidade do paciente, bem como o potencial de fraude.
Essas preocupações ainda são válidas, mas à medida que as restrições diminuem temporariamente devido à pandemia – e os benefícios da telemedicina são mais evidentes – há um novo apelo por colaboração e reforma de políticas.
Nicklas, da Valor Capital, está confiante de que uma flexibilização temporária das regulamentações de telemedicina no Brasil se tornará permanente. “O que está fora da caixa será difícil de colocar de volta”, diz ele.
“Havia muitos céticos em relação à telemedicina”, diz Tandon, da 1mg. Agora, diz ele, os formuladores de políticas estão vendo que a telemedicina reduz o risco enquanto melhora a eficiência e que talvez seja o meio mais apropriado para conectar os carentes (normalmente no interior) com acesso a cuidados de qualidade (normalmente nos centros urbanos). Ele acredita que a indústria tem uma oportunidade significativa para provocar mudanças.
Claro, há mais perguntas sobre a viabilidade da telemedicina que ainda precisam de respostas. Existem questões de privacidade, responsabilidade e acesso que precisam ser abordadas antes que a telemedicina se torne um serviço confiável e universal.
Mas a COVID-19 está desafiando a indústria a explorar novas formas de melhorar o atendimento e salvar vidas. Ele destacou a necessidade de tecnologias disruptivas que aproveitem a ampliação do acesso às telecomunicações e à conectividade com a Internet em todo o mundo.
As economias emergentes do mundo provaram consistentemente que estão abertas a mudanças radicais na forma como fornecem produtos e serviços. A ascensão da telemedicina pode ajudar a moldar a recuperação econômica global em um mundo pós-pandêmico, com o potencial de fornecer cuidados de saúde seguros, eficientes e econômicos para populações remotas e mal atendidas.
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